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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Letrados bons de bola

Pensador
Numa determinada sala de aula, enquanto a professora passava o conteúdo da matéria no quadro negro, a discussão sobre o futebol ganhava a cara de um fervoroso debate.

Enquanto Cecília Meireles defendia a tese que o fundamental era a dedicação à leitura, para que o sucesso fosse alcançado nas provas do Enem, Carlos Drummond de Andrade, Mário Filho e Luiz Fernando Veríssimo pediam sutil licença para demonstrar o gingado e fino trato com a bola, mas nas máquinas de escrever, com pontos, vírgulas e uma vasta criatividade de um Pelé.

Por falar em criatividade, não podemos esquecer de Nelson Rodrigues, que também compunha essa mesa redonda, em plena sala de aula.

Ao invés de Pelé, Garrincha, Gerson, Tostão, Carlos Alberto Torres, os alvos em questão eram mais jovens: falavam de Neymar, Ronaldinho Gaúcho e do Fenômeno.

Drummond defendia Neymar como um filho amado, a quem merece todo cuidado. Cecília e os demais, argumentaram contra.

A professora, que viu esses três em campo, acompanhava a discussão, sem concordar ou discordar.

Nelson Rodrigues, que anunciou o Fla-Flu quarenta minutos antes do nada, e viu Ronaldinho com a camisa Rubronegra, lembrou que o Fenômeno fez juras de amor, mas não vestiu o valioso manto do clube da Gávea.

Mário Filho, que deu nome ao Maracanã, citou a importância do negro no futebol e relembrou nomes irretocáveis como os de Leônidas da Silva, o Diamante Negro, e Djalma Santos, pai do ex-jogador Djalminha, hoje membro da bancada do "Resenha", da ESPN Brasil.

Drummond, como um legítimo mineiro, anotava, registrava tudo, com um linguajar culto ao extremo, mas intendível aos que gostavam de ler atenciosamente cada palavra, expressão citada em um parágrafo, sempre com ar desconfiado, como se alguém quisesse sabotá-lo.

Veríssimo, como quem não quisesse nada, observou tudo no mais pleno silêncio, ainda que o ambiente em sala de aula não permitisse tal atitude.

Quando foi para casa, depois de almoçar, foi para o seu quarto e, em 5 minutos, disparou seu texto, não mais na máquina de escrever, mas em seu IPad, de última geração, para o espanto de Juca Kfouri, que foi visitá-lo e sabia de tudo o que havia acontecido.

Antes da aula acabar, a professora dispensou os debatedores e mandou que eles fossem ao RH, assinar os contratos para a próxima rodada, que será realizada na próxima aula.

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